O Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis (PACCE) tem sua gênese na cidade de Pentecoste – Ceará, mais precisamente, no distrito de Cipó. No início, o PACCE era representado por outra sigla e as células de estudo, como conhecemos hoje, surgiram através do sonho de 07 jovens adultos, fora da faixa etária escolar usual, que decidiriam transformar suas vidas e mudar a realidade de seu lugar de origem através da cooperatividade. Abaixo, você pode acompanhar a história do PACCE-UFC.
Atualmente, o PACCE UFC Sobral adota como filosofia norteadora de suas práticas, cinco eixos importantes na aplicação da cooperatividade em grupos. Chamamos estes eixos de pilares, pois sua função é justamente sustentar a estrutura do Programa a fim de dar efetividade à metodologia. É importante lembrar que cada pilar relaciona-se direta ou indiretamente com o outro, formando assim, um ciclo de partilha de vivências cooperativas. Durante a permanência no Programa, cada bolsista recebe, semanalmente, formação sobre esses norteadores para entendê-los da melhor forma possível e repassá- los aos seus colegas de célula. Abaixo, apresentamos suas definições.
Interdependência positiva: Esta habilidade representa um sentimento de dependência mútua existente entre os participantes da célula de aprendizagem. A interdependência positiva cria um compromisso com o sucesso de outras pessoas, para além do que seu próprio sucesso. Essa habilidade é a base da aprendizagem cooperativa, pois sem interdependência positiva não há cooperação.
Responsabilidade individual: O segundo elemento essencial para que uma célula funcione é a responsabilidade individual. Cada membro da célula deve se sentir responsável de contribuir com a célula. Para que o grupo venha atingir o seu objetivo, se faz necessário o compromisso de todos os envolvidos, abstraindo-se dos interesses pessoais. Na cooperação, o interesse deve ser sempre grupal. Assim, o compromisso individual na aprendizagem é a chave para assegurar que todos os membros saiam fortalecidos, de forma que sejam capazes de realizar ao longo de sua vida, tarefas parecidas com as que desempenhavam na célula.
Interação face a face: Também chamada de interação frente a frente ou interação social, este pilar permite que os membros interajam entre si, proporcionando o uso de diferentes habilidades sociais, se encorajando e facilitando os esforços de cada um, de modo que, alcancem os esforços objetivados pelo grupo. Considera-se que algumas atividades cognitivas e interpessoais só podem realizar-se quando cada colega promove a aprendizagem dos seus companheiros, explicando verbalmente como resolver os problemas ao analisar conceitos que estão sendo aprendidos, ou ainda ensinar o que sabe aos seus companheiros.
Habilidades sociais: Em trabalhos grupais, considera-se que, para cada membro de célula ser responsável pela tarefa que lhe foi atribuída deve utilizar e desenvolver corretamente um conjunto de competências sociais, de modo que: a) todos os estudantes se conheçam e confiem uns nos outros; b) dentro da célula haja um diálogo aberto, direto; c) todos os estudantes da célula respeitem as diferenças individuais e ajudem uns aos outros; d) resolvam de forma construtiva os eventuais conflitos que surjam dentro da célula. Alguns estudantes não nascem com estas competências sociais. Por isso, elas devem ser ensinadas e trabalhadas de forma correta e sistemática de modo a permitir sua aquisição e consequente a utilização no trabalho da célula.
Processamento de grupo: Também chamado de feedback, o último elemento se faz necessário para que haja um melhor controle do progresso dos objetivos especificados pela célula cooperativa. O processamento serve para promover a avaliação das atitudes positivas e negativas e quais as condutas que a célula deve manter ou modificar. Se não forem verificadas e avaliadas pelo grupo, é possível que as atividades da célula sejam improdutivas. Portanto, faz parte da metodologia cooperativa fazer reflexões sobre o trabalho desenvolvido.
Israela Naiara Albuquerque Aragão – Formadora do Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis (PACCE).
Fonte: FERNANDES, José Higo Teles. CANDIDO, Lucas Henrique Sousa. OLIVEIRA, David Sena. Pilares da Aprendizagem Cooperativa. Disponível em http://romeirao.quixada.ufc.br/portal/wpcontent/uploads/2014/04/PilarAprendCooperat .228.pdf Acesso em: 28. abr. 2019.
Células: Foco principal do Programa, as células são grupos de estudo mediados por articuladores que defendem, na seleção de entrada para o PACCE, seus projetos. O assunto a ser estudado em cada grupo é livre, desde que tenha relevância e seja de interesse comum aos membros, podendo ser desde uma célula de estudo de disciplinas que possuam altos níveis de reprovação até um grupo de aprendizagem cooperativa de uma língua estrangeira, por exemplo. Os encontros acontecem semanalmente (uma ou duas vezes por semana), obrigatoriamente dentro do Campus da UFC-Sobral. Os articuladores são facilitadores/aplicadores da metodologia da aprendizagem cooperativa. Os objetivos principais das células são: a) possibilitar rendimento acadêmico satisfatório, diminuindo a evasão nos cursos de graduação; b) favorecer um aprendizado cooperativo entre os estudantes; c) diminuir o individualismo na universidade; d) promover a proatividade e autonomia dos estudantes.
Formação: A Formação é destinada, exclusivamente, aos articuladores recém- ingressos no Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis (PACCE) em cada ano e serve como base para proporcionar o verdadeiro entendimento dos objetivos da metodologia cooperativista. A Formação configura-se como o apoio necessário para o bom funcionamento das células de estudo, ensinando como aplicar a metodologia do PACCE. Através da utilização dos pilares da aprendizagem cooperativa, explanados um a um nas Formações, os bolsistas do PACCE tem uma série de problemas iniciais de implementação de suas células solucionados. Esta atividade tem horário fixo, definido pelos horários livres dos “pacceanos” e ocorre semanalmente.
Interação: A interação, como o nome sugere, é o momento de trocas entre os membros do PACCE. Flexível, esta atividade contempla bolsistas veteranos e novatos e alunos da UFC-Sobral em geral. Responsável por difundir a imagem do PACCE e instigar a curiosidade sobre o Programa, as atividades envolvem jogos, dinâmicas, passeios, rodas de conversa e afins. O PACCE-Sobral atualmente conta com diversas opções de interação, sendo as mais famosas, o “Karaokê do PACCE” e os famigerados “Almoços no R.U.”. As interações ocorrem semanalmente, tendo uma grande possibilidade de adequação de horários, uma vez que, nossos interadores oferecem atividades em três turnos, a fim de abarcar todos os bolsistas do PACCE, vindos de diversos cursos de graduação.
Tutoria: Destinada, exclusivamente, aos novos articuladores de célula do PACCE que ingressam anualmente, a Tutoria funciona como um auxílio no desenvolvimento das células. Os tutores são bolsistas veteranos que já vivenciaram as mesmas inseguranças e receios de bolsistas recém-ingressos,portanto, trata-se de um suporte a mais na resolução de problemas de implementação da metodologia da aprendizagem cooperativa. Os tutores e seus pupilos se encontram sempre que surge alguma demanda por parte do bolsista novato e o tutor faz, pelo menos, uma visita mensal às células de seus orientandos. Esta função é recente no PACCE-UFC-Sobral, tendo sido criada no ano de 2018. Porém, a proximidade que esta função promove entre os articuladores de célula veteranos e novatos, estabelece uma relação de confiança mútua que facilita a aplicação da aprendizagem cooperativa.
Apoio Técnico: O apoio técnico tem como função trabalhar com a parte informatizada/virtual das atividades acima citadas. Função exclusiva para bolsistas veteranos, o Apoio Técnico gera relatórios virtuais, declarações de participação no Programa semestralmente e é responsável pela contabilização das frequências dos bolsistas em todas as atividades do Programa no site do PACCE. Em suma, o Apoio facilita o acompanhamento individual de cada bolsista sobre seu andamento no Programa. Além disto, esta função promove a visibilidade do PACCE-UFC-Sobral virtualmente através deste site.
Israela Naiara Albuquerque Aragão – Formadora do Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis (PACCE).